Saúde

Casos falsos positivo de HIV.

``A Procuradoria-Geral da República (PGR) vai abrir um inquérito junto do Ministério da Saúde, nos próximos dias, para saber o que se passou, de concreto, para que os testes de VIH feitos em algumas províncias do país dessem falso positivo.














Fig nº 1; Procurador-geral, Hélder Pitta Groz,


Em entrevista dada terça-feira à Televisão Pública de Angola (TPA), o procurador-geral, Hélder Pitta Groz, disse tratar-se de um assunto "bastante preocupante", razão pela qual a instituição que dirige vai desencadear a acção, para saber o que se passou para aparecer no sistema um tipo de reagente que não fazia parte do algoritmo.
“Deveremos, no âmbito de um inquérito que temos de promover, solicitar ao Ministério da Saúde que nos dê as informações necessárias sobre a aquisição desse produto, como foi adquirido, onde e em que circunstâncias, para aferirmos os danos causados às pessoas”, ressaltou. 
O Procurador-Geral da República acrescentou que vai igualmente ser apurado o que aconteceu às pessoas que receberam esses resultados. “Compete-nos reagir de imediato, porque estão em jogo vidas humanas, que é um direito fundamental que temos de preservar”, asseverou Hélder Pitta Groz, para quem a PGR não podia passar ao lado de uma notícia como essa.
Na entrevista dada ao Jornal de Angola, a directora do Instituto Nacional de Luta Contra a Sida, Maria Lúcia Furtado, explicou que, em causa, estava um tipo de reagente de VIH que não fazia parte da rede pública, chamado "Ária", que fazia com que os testes realizados dessem falso positivo.
A responsável esclareceu que os únicos testes aprovados para fazer o diagnóstico do HIV na rede pública são o “Determine” e o “Unigold”.
A notícia de que os testes de VIH davam falsos positivos provocou uma onda de reacções em todo o país. Nas redes sociais chegou a ser um assunto dominante´´.

Fonte; JA, Por; ASMB.
Ária é um teste não aprovado pela OMS?
``O período de janela é o tempo a partir da infecção até um teste poder determinar qualquer mudança. O período de janela médio com um teste de anticorpos é de 22 dias. O teste de antígenosreduz o período de janela para aproximadamente 16 dias, e o teste de ácido nucleico (TAN) reduz este período para 12 dias.
Os exames de anticorpos são relatados como positivos ou negativos. O desempenho destes exames é descrito em termos de:
  • sensibilidade — a percentagem dos resultados que serão positivos quando o HIV estiver presente.
  • especificidade — a percentagem dos resultados que serão negativos quando o HIV não estiver presente.
Todos os exames de diagnóstico têm limitações, e, algumas vezes, o seu uso pode produzir resultados errôneos ou questionáveis.
  • falso positivo — os resultados indicam o HIV está presente, quando, na verdade, não está.
  • falso negativo — os resultados não identificam o HIV, que está presente.
Reações não específicas, hipergamaglobulinemia, ou a presença de anticorpos dirigidos a outros agentes infecciosos que podem ser antigenicamente similares ao HIV podem produzir resultados falso positivo. Doenças auto-imunes, como o lúpus eritematoso sistêmico, também podem causar resultados falso positivo. A literatura científica documentou mais de 60-70 fatores diferentes que podem causar uma reação positiva nos testes de HIV, além da infecção por HIV passada ou presente — incluindo gripe, vacina contra gripe, herpesartrite reumatóidemaláriatuberculose, anticorpos para hanseníase — e até mesmo gravidez. Está disponível uma lista de fatores conhecidos por causar resultados falso positivo, junto com referências à literatura médica para cada fator ´´.

Direitos humanos

``A Declaração Política da UNAIDS/OMS sobre o exame de HIV define que as condições sob as quais pessoas submetem-se a testes de HIV devem ser apoiadas em uma aproximação dos direitos humanos, que preza por respeito aos princípios éticos. De acordo com estes princípios, a conduta dos testes de HIV nos indivíduos deve ser:
  • confidencial
  • acompanhada por um conselheiro
  • conduzido com o consentimento informado, o que significa ambos informados e voluntários.
A realidade é que o estigma e a discriminação continuam a fazer pessoas que podem ter sido expostas à infecção por HIV pararem de consentir o teste de HIV.
O teste de HIV e o aconselhamento têm um papel essencial na prevenção de infecções por HIV pelo mundo.´´

O que são os testes de anticorpos?

``Testes de anticorpo são projetados especificamente para a rotina de testes de HIV em adultos, são baratos, e são muito precisos. Se a pessoa não corre um risco real de infecção, então estes não são necessários.
Os testes de anticorpo apresentam resultados falsos negativo durante o período de janela, que varia de três semanas a seis meses a partir do momento da infecção até que o sistema imuneproduza quantidades detectáveis de anticorpos. Durante este período de janela, uma pessoa infectada pode transmitir o HIV para outras, sem que sua infecção seja detectada por um teste de anticorpo. A terapia anti-retroviral durante o período de janela pode atrasar a formação de anticorpos e estender este período para além de 12 meses.
Espera-se que uma pessoa exposta ao HIV produza anticorpos que se liguem especificamente ao HIV. O desenvolvimento de testes de anticorpo para o HIV foi complicado porque todo sangue humano tem uma grande quantidade de anticorpos que se ligam aos componentes dos kits de teste de anticorpo. Por esta razão, o sangue a ser testado é diluído, numa tentativa de detectar anticorpos que foram produzidos após a exposição ao HIV. Fabricantes de todos estes kits de testes definiram que "não existe um padrão único reconhecido para se determinar a presença ou a ausência de anticorpos de HIV no sangue humano".

Tipos de testes.

ELISA

``O exame ELISA (do acrónimo inglês de Enzyme-Linked Immuno Sorbent Assay) foi o primeiro exame amplamente empregado. Ele tem uma alta sensibilidade. A baixa especificidade deste teste ocorre porque os anticorpos se ligam aos antígenos nos kits de exame "por acaso", mesmo que a pessoa nunca tenha sido exposta ao HIV. Cerca de 80% dos exames ELISA positivos são seguidos por um exames Western blot negativo e, conseqüentemente, considerados como falso positivo.
O teste procede pelo método ELISA geral: o soro sanguíneo da pessoa é diluído 400 vezes e aplicado a uma placa com antígenos HIV. Alguns dos anticorpos do soro podem se ligar a estes antígenos. A placa é então lavada para que se removam todos os outros componentes do soro. Então um "anticorpo secundário" especialmente preparado — um anticorpo que se liga a anticorpos humanos — é aplicado à placa, seguido de lavagens. Este anticorpo secundário está antes relacionado quimicamente a uma enzima. Assim a placa irá conter enzima em quantidade proporcional a de anticorpos secundários. Um substrato para a enzima é aplicado, e a catálise da enzima leva a uma mudança de cor ou fluorescência. Como os resultados ELISA são dados em números, o aspecto mais controverso deste teste é decidir o ponto divisor entre positivo e negativo´´.

Western blot

``O exame Western blot usa o procedimento geral Western blot. Células infectadas por HIV são abertas e as proteínas nelas contidas são colocadas em uma placa de gel à qual uma voltagemé aplicada. Proteínas diferentes irão se mover com velocidades diferentes, dependendo de seu tamanho, enquanto sua carga elétrica é nivelada por uma substância chamada lauril sulfato de sódio. Uma vez as proteínas bem separadas, elas são transferidas para uma membrana e a rotina continua similar ao ELISA: o soro sanguíneo diluído é aplicado à membrana e os anticorpos do soro podem se ligar a algumas das proteínas do HIV. Os anticorpos que não se ligarem são removidos na lavagem, e os anticorpos secundários — anticorpos com capacidade de se ligar aos anticorpos humanos — detectam primeiramente para quais proteínas do HIV a pessoa possui anticorpos.
Não existe um critério universal para a interpretação do exame Western blot: o número de faixas virais que devem estar presentes varia de definição para definição. Se nenhuma faixa viral é detectada, o resultado é negativo. Se pelo menos uma faixa viral para cada um dos grupos de produtos gênicos GAG, POL e ENV estão presentes, o resultado é positivo. Tal critério, porém, não é sensível o suficiente para o uso clínico, já que a ausência de anticorpos para a p24 ou a p31 é relativamente comum até mesmo em pacientes que estão claramente infectados por HIV. Assim a aproximação entre os três produtos gênicos e a interpretação do Western Blot não foi adotada na saúde pública ou na prática clínica. O padrão da Association of State da Territorial Public Health Laboratory Directors (ASTPHLD) e do Centers for Diseases Control and Prevention ignora os resultados p31 e interpreta a presença de faixas gp41 e gp120/160 como um resultado positivo. Exames em que um número de bandas virais menor do que o requerido são tidos como indeterminado. Uma pessoa que teve um resultado indeterminado deve ser testada novamente, já que testes posteriores podem ser mais conclusivos. Quase todas as pessoas infectadas por HIV com resultados Western Blot indeterminados irão desenvolver um resultado positivo quando testadas de novo em um mês. Resultados indeterminados persistentes por um período maior do que seis meses sugerem que os resultados não são devido a uma infecção por HIV.
O exame Western blot é normalmente realizado depois de um teste ELISA positivo, porque muitas amostras que são negativas para o ELISA possuem anticorpos para uma ou mais proteínas do teste Western blot e forneceriam resultados imprecisos, especialmente quando interpretados de acordo com o critério que requer a completa ausência de todas das faixas virais e "não virais" para que um resultado Western blot seja dado como negativo em vez de intermediário´´.


Fig. nº 2; Jovem demonstrando como se faz o teste anti-HIV em fluido oral.
OraQuick

Testes laboratoriais remotos


``Se nenhum anticorpo para o HIV for detectado, isso não necessariamente significa que a pessoa não foi infectada com o HIV. Pode levar vários meses desde a infecção pelo HIV para que a resposta imunológica atinja níveis detectáveis, tempo o qual o teste laboratorial remoto para os anticorpos de HIV não vai identificar a situação de infecção. Uma história de risco compreensiva e um julgamento clínico devem ser considerados antes de se concluir que um indivíduo não está infectado com o HIV. O OraQuick é um teste de anticorpos que dá o resultado em 20 minutos. O sangue, o plasma ou fluido oral é misturado em uma ampola com uma solução reveladora, e os resultados são lidos de um pequeno aparado na forma de bastão que acompanha o conjunto do teste.Os testes rápidos de anticorpos são imunoensaios qualitativos objetivados para o uso como um exame laboratorial remoto para o diagnóstico de infecção por HIV. Tais testes devem ser usados em conjunto com a condição clínica, história e fatores de risco da pessoa examinada. A especificidade dos testes rápidos de anticorpos para populações de baixo risco ainda não foi avaliada. Estes testes devem ser usados com algoritmos apropriados designados para a validação estatística de resultados dos testes rápidos de HIV. O Lab-on-a-chip elimina a necessidade de equipamentos caros e pessoal altamente treinado recursos que não estão disponíveis em muitas áreas onde a epidemia de HIV é mais grave.

Orasure é um teste de HIV o qual usa a mucosa secretada de tecidos da gengiva e da bochecha. É um teste de anticorpos que primeiro aplica o ELISA, e então o Western Blot.
Há também um teste de urina; ele emprega tanto o ELISA quanto o Western Blot.
Home Access Express HIV-1 é um teste aprovado pelo FDA americano: o paciente coleta uma gota de sangue e a envia pelo correio para o laboratório; os resultados são enviados via telefone.´´

Interpretando os exames de anticorpos

``O exame ELISA por si só não pode ser usado para diagnosticar a AIDS, mesmo se a investigação recomendada de espécies reativas sugerir uma alta probabilidade da presença do anticorpo para HIV 1 estar presente.
O exame ELISA de anticorpos foi desenvolvido para prover um alto grau de confiança de se o sangue doado não foi infectado com o HIV. Então não é possível concluir que o sangue rejeitado para uma transfusão devido a um exame ELISA positivo para os anticorpos está de fato infectado com o HIV. Normalmente, retestando o doador alguns meses após produzirá um resultado negativo no ELISA.
Todos os exames laboratoriais podem produzir "alarmes falsos", isto é, um resultado positivo em um teste de triagem o qual se mostra negativo em um exame confirmatório. Falsas reações são uma complicação reconhecida de todos os testes biológicos, são perfeitamente normais e não possuem significado para a saúde do doador.
É conhecido que resultados falsos positivo devido a fatores não relacionados à exposição ao vírus do HIV são comuns no teste ELISA. Tais resultados podem ser causados por anticorpos contra outros vírus, anticorpos produzidos pela gravidez e outras condições médicas. Um falso resultado positivo não indica que alguém está com infectado com o vírus da AIDS, nem indica uma condição de risco significante à saúde.
A evidência a respeito dos riscos e benefícios da triagem do HIV foi revisada em julho de 2005 : "O uso repetitivo de um imunoensaio com uma enzima reativa seguido de um western blot confirmatório ou um ensaio imunofluorescente permanece o método padrão para o diagnóstico da infecção por HIV-1. Um largo estudo do teste de HIV em 752 laboratórios dos Estados Unidosreportaram uma sensitividade de 99,7% e especificidade de 98,5% para o imunoensaio enzimático, e estudos em doadores de sangue estados unidences reportaram especificidades de 99,8% e maiores que 99,99%. Com o western blot confirmatório, a chance de um grupo de baixa prevalência é cerca de 1 em 250.000 (intervalo de confiança de 95%, 1 em 173.000 a 1 em 379.000)."

Fonte; Wikipedia, Por; ASMB.
Fotografia: Domingos Cadencia | Edições Novembro

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